Detran-MS debate a obrigatoriedade do Exame Toxicológico
Campo Grande (MS) – O diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) Gerson Claro, participou nesta quarta-feira (22) do 1º Fórum/MS Exame Toxicológico: Sua aplicação e Eficácia. Realizado pelo Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul (SindiCFC-MS) em parceria com o laboratório Sodré.
De acordo com o presidente do SindCFC-MS Wagner Prado, o Fórum tem como objetivo debater os questionamentos levantados acerca do Exame Toxicológico desde a sua implantação. “O Exame ainda é alvo de muitos questionamentos, principalmente sobre sua eficácia e se os resultados foram positivos após um ano da exigência”, observa Wagner.
O Detran-MS posicionou-se contrário a forma como o exame foi imposto, tanto aos usuários como aos próprios Departamentos Estaduais de Trânsito, uma vez que, no caso de Mato Grosso do Sul o estado não apresentava suporte necessário para a realização do exame, questionando também a eficácia do mesmo.
Na ocasião Gerson claro ressaltou que, não há evidência científica de que a realização do exame toxicológico obtenha impacto positivo na redução de acidentes e mortes no trânsito. “Nenhum dos 185 países signatários da Década de Ação para Segurança Viária 2010-2020 estabelecida pela ONU, adotam a realização de exames de cabelo, pelo ou unha para reduzir acidentes”, afirma Gerson.
Ainda segundo o diretor-presidente do Detran-MS, o trânsito mata cerca de 50 mil pessoas por ano, reflexo do aumento de veículos por habitantes e na maioria das vezes do comportamento do motorista. Sendo que o principal grupo de risco envolvidos em acidentes, são os motociclistas. “Hoje o número de motociclistas envolvidos em acidentes é imenso, porém a exigência do exame não é aplicada para a categoria da CNH deles. Por isso questiono a eficácia do exame, como ele poderá ser responsável pela redução de acidentes, se faz distinção por CNH”, ressalta Gerson.
O Detran-MS não é contrário ao que vem para somar na redução de acidentes e mortes no trânsito, porém acredita que a medida deve respeitar o cidadão e acima de tudo ter aplicabilidade correta, sem intercorrências. Juntamente com a mudança de comportamento de todos os envolvidos no trânsito, em busca de um trânsito mais seguro.
Participaram do evento, membros do SindiCFC-MS, integrantes de Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de vários Estados, Francisco Garone, coordenador de Educação para o Trânsito do Denatran, o procurado da Justiça do Trabalho (MPT-MS)) Paulo Moraes, membros do Laboratório Sodré, além da sociedade em geral.