Notícias 20 de janeiro de 2019

Dia Nacional do Fusca: Paixão pelo veículo atravessa gerações

Fusca do Jean é avaliado em 25 mil. (Foto: Arquivo do Jean).

Líder de vendas por 24 anos no País, o Fusca Volkswagen Sedan que começou a ser fabricado no Brasil no ano de 1959, completa 60 anos no Dia Nacional do Fusca, que é comemorado neste domingo (20).

Pequeno, com motor traseiro refrigerado a ar e um design totalmente diferente do tradicional para a época, quando as ruas eram dominadas por grandes sedans, o Fusca conquistou o consumidor brasileiro pelo baixo consumo de combustível e resistência mecânica.

Atualmente, em Mato Grosso do Sul, a frota chega a mais de 20 mil carros, sendo 32 de coleção, os conhecidos ‘placas pretas’. E se engana quem pensa que não existem mais os apaixonados pelo modelo.

Amante do Fusca, o colecionador, Jean Paulo, é dono de um modelo 1.300, o Fusca mais antigo do Estado. Jean comprou o carro há três nos e já estava reformado, mas não foi somente por hobby. “Quando minha mulher engravidou pela segunda vez e começou a usar o nosso carro com mais frequência, percebemos a necessidade de comprar um para mim e na hora pensei ‘tem que ser um fusca’. Minha vontade de criança em ter um fusca falou mais alto e não pensei duas vezes”, explica.

O carro, que está avaliado em R$ 25 mil reais, é o ‘quebra-galho’ para a família por conta da sua economia. “Eu uso diariamente para meus afazeres, vou para o trabalho, levo a família para passear, viajo e não abro mão do fusca”, concluiu.

 

Fusca do pai do Juliano, motivação da sua paixão até hoje.
Fusca do pai do Juliano é a motivação da sua paixão até hoje.
(Foto: Aquivo do Juliano)

Ter um modelo antigo como esse parece ser sonho de consumo de muitos meninos daquela época. Foi assim que o servidor do Detran-MS, Juliano Batista Martins, comprou o seu, há um ano e meio.

“Quando eu disse para a minha esposa que queria comprar um Fusca ela nem deu bola, achou que eu estava brincando. Perguntou de onde eu ia tirar dinheiro e eu só avisei que iria dar um jeito. Vendi uma máquina fotográfica que tinha e encontrei o Fusca. Sabe quando você vai adotar um cachorro? Foi assim quando eu fui comprar o ‘Orquestra’ [apelido que ganhou com o tempo devido ao número de consertos] ele parecia um cachorro sem dono, olhando pra mim. O cara me falava o que precisava arrumar e eu só pensava que queria levar ele para casa logo e em como providenciaria dinheiro deixar zero”, contou empolgado.

“A intenção no início sempre foi restaurar e deixar ele novinho, só que é difícil. Tem que ter dinheiro sobrando e a gente sempre tem prioridades. Eu tenho o fusca, mas tenho outro carro, por que se depender só do fusca corro o risco de ficar na mão. Ele é bipolar, o dia que ele não quer, ele não funciona”, comentou bem-humorado, durante a conversa.

Juliano conta ainda que o fusca se tornou o xodó da família, aproximando todos nos momentos mais difíceis. “Mesmo com muita coisa estragada, a família ama o Fusca, é a alegria lá de casa. Tem dias que a gente não tá bem, discute e é normal, mas entra todo mundo no fusca, começam as falhas, pronto, acaba tudo na risada”, contou.

O motorista apaixonado do Orquestra, diz que de uns tempos para cá sobrou um dinheirinho e ele conseguiu deixar o ‘amigo’ na oficina para restaurar. “É um projeto a longo prazo, já está há três meses parado e vai ser arrumando aos pouquinhos, a gente não tem pressa. O importante é poder dizer depois de 34 anos: Ele é o meu Fusca”, encerrou orgulhoso da aquisição.

Família do Juliano em encontro de Fuscas do de 2017. (Foto: Arquivo do Juliano)
Alegria das crianças é passear no Fusca do Jean. (Foto: Arquivo do Jean)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Viviane Freitas


Compartilhe