Primeira CNH aos 53 anos é superação de Rosana, que foi “desafiada” pela neta de 5 anos

A conquista da primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação) foi um desafio e tanto para a secretária Rosana Balbuena. Aos 53 anos ela conta que sempre priorizou cuidar da família e, com isso, o tempo foi passando. “A vida não era fácil. Tinha que se dedicar aos filhos e financeiramente não tinha condições de tirar a habilitação. Depois surgiram problemas de saúde na família com meu esposo, e passei a focar nisso. Os meninos foram crescendo e desde sempre a prioridade foi eles”.

Com os três filhos já encaminhados na vida, o marido com a saúde estabilizada, Rosana decidiu que era hora de também cuidar dela e buscar maior independência. Mesmo já trabalhando como secretária em um consultório médico, eram inúmeras as dificuldades que a mantinha distante do sonho de aprender a dirigir. “Os problemas, tanto de casa quanto do trabalho. O excesso de atividades acaba tirando um pouco o foco daquilo que a gente quer fazer”, explica.

O impulso veio da neta Valentina, que na época tinha 5 anos. “Meu filho trocou de carro e me chamou pra ver. Peguei a chave e ela foi junto e me disse assim: “vamos dar uma voltinha agora vovó”. E eu disse pra ela, que não dirigia. Mas ela insistiu e disse que era só pôr a chave e girar. Falei que não era assim, que a vovó não sabia dirigir e também não tinha habilitação. Nesse dia ela chorou muito. E eu falei: meu Deus, eu tenho que aprender a dirigir”.

Da matrícula na autoescola a tão sonhada CNH em mãos, foram longos 12 meses. Rosana lembra com detalhes das cinco reprovações que teve na prova prática, e do dia que o instrutor recomendou que ela buscasse ajuda. “No começo eu fiquei meio assim, mas fui. O psicólogo me disse: você já enfrentou tanta dificuldade na sua vida e superou. E uma habilitação é simples, é tão gostoso dirigir, é sua liberdade, sua independência. Você já conquistou tanta coisa, formou seus filhos. Vai lá e pensa que você vai conseguir”.

Dessa vez tudo conspirou a favor, e a promessa que fez para si mesma de que seria a última tentativa foi cumprida. O excesso de chuva resultou no adiamento da 6° prova prática, e permitiu que Rosana fizesse mais algumas aulas. “Me apeguei em Deus, senti uma paz. Graças a Deus, deu tudo certo”. A conquista, ela dedica a Deus, familiares e a todos os profissionais que a incentivaram.

A primeira meta da recém habilitada é ser uma boa motorista. Já a segunda é encorajar outras pessoas. “Agora vou animar quem for, para nunca desistir. Minha vizinha é a primeira. O Hugo (instrutor) vai ter outra senhora para cuidar”, conta feliz da vida.

Além da neta Valentina, marido e filhos, a conquista de Rosana foi celebrada por quem acompanhou todo o drama de perto, como o instrutor dela, Hugo Benites.

Mireli Obando, Assessoria de Comunicação Detran-MS
Fotos: Arquivo Pessoal