Notícias 27 de setembro de 2023

Servidoras do Detran que tiveram vidas transformadas pela doação de órgãos compartilham histórias de superação

Neste dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos e a intenção é conscientizar a população da importância de ser um doador. No quadro de servidores do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) é possível encontrar histórias inspiradoras de quem doou e também recebeu vida por meio da doação de órgãos. 

Rose durante o processo de coleta

Há 24 anos no Detran, a servidora Rose Cristina Sperandio Ferruzzi, trabalha atualmente no setor de CRV da Agência da Coronel Ponciano em Dourados. Doadora de sangue, ela também possui cadastro no Redome, e em janeiro deste ano recebeu a notícia da compatibilidade com um paciente do exterior. Foram 15 dias de preparo em Brasília onde ela fez a doação de medula e foi muito bem atendida por toda equipe médica. 

“Dia 08 de março, foi confirmada a infusão da medula óssea no paciente. Oro a Deus que tenha dado tudo certo, pois pelo processo de sigilo, não posso ter contato. Mas agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de salvar a vida de alguém!  Me sinto muito feliz por ter sido compatível.  Se tivesse que fazer essa doação novamente, faria com o maior amor, pois como disse, não existe sensação mais gratificante que se compare a salvar a vida de alguém. Doar sangue, órgãos e medula óssea é um ato de amor, e me sinto honrada por Deus por ter sido escolhida”, afirma. 

Post de agradecimento feito nas redes sociais de Liliane

A história da servidora Liliane Simon, da Agência de Juti, é semelhante, pois a doação também foi do banco internacional de medula. “Minha doadora é da Holanda. Meu transplante foi dia 07/03/2023 em São Paulo. Receber o transplante foi um fôlego de vida! Indescritível a emoção de saber que alguém do outro lado do mundo disse sim, e me proporcionou vida ao lado dos meus dois filhos, da minha família”. 

Antes disso, Liliane ficou dois anos na fila do transplante, e a primeira chance de receber a medula veio em 2021, de uma doadora brasileira 90% compatível. “O transplante era pra ter acontecido em agosto de 2021. Na última consulta com a equipe antes do TMO descobri que estava grávida de 10 semanas. Depois da gestação foi feita uma nova busca e a doadora internacional era melhor. Doe sangue! Doe medula óssea! Doe órgãos! Doe vida! Um sim que muda toda uma vida e de uma família”, finaliza. 

Em alusão ao Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, o mês também é lembrado como Setembro Verde, uma luta para que mais pessoas se tornem doadoras. Para ser um doador de órgãos e tecidos basta comunicar a família sobre esse desejo. Dados da Central Estadual de Transplantes indicam que em Mato Grosso do Sul, 406 pessoas aguardam pelo transplante de córneas e 171 pacientes por rim. No Brasil são mais de 40,5 mil pessoas na fila. 

A atitude simples, de informar a família sobre a intenção de ser doador, pode salvar inúmeras vidas. É o que garante a coordenadora da Central Estadual de Transplantes – da SES (Secretaria de Estado de Saúde) –, Claire Carmen Miozzo. “O transplante só existe se tiver doação de órgãos e tecidos. Que por sua vez acontece se a família da pessoa que morreu fizer a doação. Na maioria dos casos onde existe a negativa, os familiares dizem que o motivo é não saber se a pessoa era ou não doadora. Se isso fica claro, é conversado antes, a família sempre respeita a vontade e autoriza a doação”.

Como ser um doador

Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. O Ministério da Saúde explica que existem dois tipos de doador - vivo e falecido. O doador vivo pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores e não parentes, só serão doadores com autorização judicial.

O segundo tipo é o doador falecido, que são pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

A Central Estadual de Transplante atende 24h por dia pelos telefones (67) 3312-1400 / 3321-8877.

Mireli Obando, Detran-MS

Fotos: arquivo pessoal


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